A microbiota intestinal é uma das mais conhecidas, mas não é a única. Ao longo do nosso corpo, criam-se mais estruturas de microorganismos como, por exemplo, as vias respiratórias superiores.
Estas microbiotas não são iguais entre si, mas existe uma microbiota característica em cada canal ou cavidade.
1. ONDE SE ENCONTRA?
A microbiota oral encontra-se na cavidade bucal, uma estrutura muito complexa e formada por uma grande quantidade de estruturas e secreções diferentes: saliva, língua, dentes, paladar, etc., causando a distribuição não uniforme dos microorganismos em toda a boca, sendo essa distribuição de uma forma característica em função do tecido sobre o qual se encontram.
Além disso, é o ambiente ideal para as bactérias, por ser húmido, quente e com um constante fornecimento de nutrientes.
A microbiota oral é formada por um conjunto de microorganismos que vive formando um ecossistema, que, num estado de equilíbrio, realiza uma correta função fisiológica para evitar o desenvolvimento de doenças.
Entre as suas principais funções, encontra-se a proteção contra entidades patogénicas dos ouvidos, do nariz e da garganta, a estimulação do sistema imunitário e manter as mucosas num bom estado.
De facto, apesar de estar muito exposta a ameaças externas e de ser o ambiente ideal para a infeção pelos germes, sofremos de doenças na boca e nos ouvidos com uma frequência muito menor do a que deveríamos. Isto acontece graças às bactérias que fazem parte da microbiota oral.
- Não existem duas pessoas com a mesma microbiota oral.
A sua composição, abundância e diversidade de espécies dependem de muitos fatores:
Alimentação
(Como alimentos processados e com alto teor em conservantes, comparativamente com alimentos naturais)
Tempo e forma
em que se produziu a lactação
Higiene Bucal
Idade
A ingestão
de determinados antibióticos e desinfetantes orais
A humidade da boca
Sexo
Composição da saliva
O clima
Doenças
Alimentação
(Como alimentos processados e com alto teor em conservantes, comparativamente com alimentos naturais)
Tempo e forma
em que se produziu a lactação
Higiene Bucal
Idade
A ingestão
de determinados antibióticos e desinfetantes orais
A humidade da boca
Sexo
Composição da saliva
O clima
Doenças
2. FUNÇÕES DA MICROBIOTA
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A microbiota oral traz continuamente bactérias, tanto benéficas como patogénicas, provenientes do interior da boca através da saliva, e do exterior, através da alimentação, da respiração e do contacto com as nossas mãos.
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Também protege das vias respiratórias superiores (ouvidos, nariz e boca) das entidades patogénicas que tentam colonizar as diferentes zonas da boca. No entanto, uma microbiota em equilíbrio «que não deixa lugares vazios» impede as bactérias patogénicas de se desenvolverem e crescerem. Isto é conseguido porque a nossa microbiota oral compete pelos mesmos nutrientes e espaço que as entidades patogénicas e não lhes permite proliferar. Também porque produz substâncias que as neutralizam. Caso a microbiota perda esse equilíbrio e «aparecem lugares vazios», estes podem ser ocupados (disbiose) e deparar-nos-emos com alterações na nossa saúde.
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Outras das funções fundamentais que a microbiota oral realiza no organismo são: estimular o sistema imunitário, manter as superfícies das mucosas em bom estado ou segregar bacteriocinas (pequenos peptídeos que atuam como substâncias antimicrobianas naturais) que contrariam o crescimento de bactérias patogénicas.
Por isso é que é tão importante manter uma microbiota oral equilibrada.
3. COMO SÃO OS MICROORGANISMOS QUE A FORMAM?
A natureza sabe o que faz, e algumas estirpes probióticas que se encontram em diferentes proporções na saliva, na língua ou nos dentes, e que formam a microbiota oral, têm um papel chave na defesa de alterações da cavidade oral.
Concretamente, determinadas estirpes da espécie Streptococcus salivarius têm evoluído connosco de forma simbiótica no sentido oposto e benéfico.
Como funcionam?
São hóspedes da nossa microbiota oral que lutam, ajudando as nossas defesas a manter-se afastadas de determinadas bactérias patogénicas responsáveis por infeções nos ouvidos e na garganta como a otite média e a faringite bacteriana em troca de um espaço confortável nas nossas mucosas ricas.
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Streptococcus salivarius
É uma bactéria muito especial presente naturalmente nas nossas mucosas, já que coloniza a cavidade oral nos primeiros dias de vida.
Permanece estável, fazendo parte da microbiota durante os primeiros 3 anos, mas as mudanças em diversos fatores que afetam a microbiota oral podem produzir o seu desaparecimento, mantendo-se presentes em apenas 40% das crianças.
Alguns adultos nunca chegam a estabelecer colónias equilibradas e são atacados pelas mesmas entidades patogénicas das quais os seus filhos e netos sofrem.
Entre as suas peculiaridades, encontra-se a de reduzir substâncias antimicrobianas naturais (bacteriocinas), capazes de limitar o crescimento de outras bactérias, uma arma evolutiva que trabalha 24h e 365 dias nas mucosas.
